quarta-feira, 20 de maio de 2009

O que é uma "nação"

Olá a todos, após um grande período de inatividade venho lucidar a questão de como se definir uma "nação". Essa temática vem sendo mais amplamente discutida em meu trabalho de conclusão de curso, dessa forma, vou apresentar para vocês algumas conclusões que cheguei até agora em minhas pesquisas. Um pequeno detalhe, as abordagens que farei são focadas em trabalhos antropológicos e sociológicos.


Hugh Seton – Watson afirma que “ [...] eu sou levado a concluir que não é possível elaborar nenhuma ‘definição científica’ de nação; mas o fenômeno existiu e continua a existir”.
Este problema reside, no entanto, no fato de que não há meio de informar a observadors como distinguir a priori uma nação de outras entidades. Dessa forma notamos que muitos conceitos foram eleborados ao longo dos anos cujos quais utilizaram e estabeleceram critérios objetivos para se definir uma nação, ou para explicar por que certos grupos se tornaram nações e outros não, esses critérios objetivos foram formulados com com base em critérios simples como a língua ou a etnia ou em uma combinação de critérios como a língua, o território comum, os traços culturais e outros mais. Essas interpretações isatisfatórias levaram a interpretações pouco abrangentes. Dessa forma podemos afirmar que tais definições falharam pela razão de que, dado que apenas alguns membros da ampla categoria de entidades que se ajustam a tais definições podem, em qualquer tempo, ser descritos como nações, sempre é possível descobrir exceções. Ou os casos que correspondem à definção não são (ou não são ainda) nações nem possuem aspirações nacionais, ou sem dúvida as nações não correspondem aos critérios ou à combinação.

[...]

Estado-nação para que uma nação seja considerada como tal, não nos é útil pois falha em explicar o surgimento de um estágio “embrionário” de nação, ou seja, aquela que ainda não conquistou o status de nação soberana.
Todavia, existe uma outra forma alternativa para a definição objetiva de nação, é uma definição subjetiva, tanto coletiva, quando individual. Que para HOBSBAWM são

Tentativas evidentes de se escapar da compulsão do objetivismo a priori, adaptando, de forma diferente em ambos os casos, a definição de “nação” a territórios nos quais pessoas com diferentes línguas ou outros critérios “objetivos” coexistem [...] (1990, p. 17).

Essa forma de definição de pertencimento subejtivo à uma comunidade teve início em Max Weber. Porém sua definição não nos será de muita utilidade, mas utilizaremos autores que foram fortemente influenciados por suas idéias, como é o caso de Benedict Anderson. Em seu trabalho Comunidades Imaginadas (2008), Anderson apresenta a seguinte definição de nação

uma comunidade política imaginada – e imaginada como sendo intrinsecamente limitada e, ao mesmo tempo, soberana.
Ela é imaginada porque mesmo os membros das mais minúscula das nações jamais conheceram, encontrarão, ou se quer ouvirão falar da maioria de seus companheiros, embora todos tenham em mente a imagem viva da comunhão entre eles. (2008, p.32).

Anderson estabelece essas questões como base em um sentimento de pertencimento subjetivo tanto do grupo quanto individual. Isso se significa que os membros/pessoas que compõem aquele grupo se identificam como pertecentes a ele em um nível “imaginativo”. Segundo o autor, o resultado de se imaginar uma nação decorre de dois sistemas culturais que perderam seu domínio axiomático sobre a mentalidade dos homens.

[...]

Esses são alguns trechos retirados da minha monografia e de livros de alguns autores.
Espero que todos gostem!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Quanto vale o ser humano?


Só para manter esse blog em atividade, reproduzo aqui uma dissertação que escrevi há muito tempo.

“Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”. (Cecília Meireles)

O conceito de liberdade é caracterizado pelo estado ou condição de homem livre. Até que ponto somos livres numa sociedade em que a estrutura é fechada e os indivíduos com baixo poder aquisitivo são excluídos? A conjuntura social, tolhida pelos princípios capitalistas, apresenta um círculo vicioso da miséria e nos torna escravos do processo.

A ideia atual de liberdade está diretamente ligada à economia, ou seja, nesse processo quanto mais capital um individuo possui, mas liberdade pode ter. Além disso, em países como o Brasil, onde há um predomínio católico, a sociedade estabelece uma esmola instituída. Baseado em valores cristãos, em que um individuo deve ajudar o próximo, a hipocrisia circunstante torna a miséria em algo positivo – ao doar alimento ou agasalho o cidadão acredita estar ajudando, quando na verdade contribui para a instalação do círculo vicioso da miséria.

Para ser livre é necessário abdicar de valores, como os dogmas religiosos e as ideias capitalistas. No fundo, no entanto, todos somos conservadores e é impossível ser totalmente livre. O ser humano vale o quanto é capaz de produzir e é avaliado não por seus nobres valores morais, mas pela quantidade de seus bens materiais.