segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Entrevista com Aloisio Krohling

Olá,

O Professor Aloisio Krohling nos concedeu a seguinte entrevista sobre os temas mais debatidos aqui no blog e na mídia, em geral.


1. O que representa a vitória do candidato negro Obama nas eleições americanas?

Existem duas posições em relação à negritude do candidato. Primeiramente, percebe-se que a mídia norte-americana e européia explorou nas suas manchetes a vitória do negro e o aparente avanço desta escolha para questão racial nos EUA. O negro virou algo midiático e a sua família se tornou o foco principal da novidade e do inédito - o fato de ter crianças negras e esposa de classe média em Washington continuará manchete até o final do mandato do Presidente OBAMA. Qualquer primeira DAMA na "White House" é a Rainha que os Estados Unidos não assumiram na sua independência da Inglaterra. Enfim, o fato é que a sociedade americana continuará dividida em brancos, negros, latinos e clandestinos de todas as culturas e nunca será uma sociedade multicultural com igualdade social.
A segunda posição é aquela que afirma que a eleição de Obama representa o pós-racismo. O próprio candidato não estaria ligado às lutas dos Direitos Civis de Martin Luther King e outros, por ser de outra geração e porque não colocou esta questão racial na sua campanha. A atual conjuntura política americana teria mudado e não exigiria mais a ênfase na questão racial. Alguns comentaristas chegam a admitir que Obama não levantou esta questão racial na campanha por estratégia eleitoral e que nem agora depois de eleito fará isto, pois, o que ele mais precisa é a união de todos diante da grave crise econômica e financeira.


2. Quais são as conseqüências da crise financeira global, sob o ponto de vista político-econômico?

François Chesnais e Eric Hobsbawm escreveram artigos mostrando a gravidade da atual crise financeira e econômica perguntando se o velho Karl Marx não tinha razão nas suas análises. Não será a crise do capitalismo? Seria o fim do neoliberalismo que sempre pregou o Estado Mínimo?

Bernardo Kucinski, nesse artigo, mostra a derrocada dos bancos americanos e seus efeitos no mundo e a queda dos gigantescos bancos hipotecários e de investimento americanos e alguns europeus que acelera o declínio do dólar e põe em xeque a hegemonia americana.

A questão que mais se levanta é a estatização dos bancos e o socorro imediato dos Bancos Centrais aos banqueiros falidos. Apesar da catástrofe e do terremoto financeiro, como aconteceu após 1929, o capitalismo vai continuar forte como nunca, agora admitindo abertamente a necessidade do Estado intervir em casos como este. Os liberais conservadores nunca foram coerentes em termos de fundamentação teórica, afirmam a tese da “mão invisível da economia”, mas vivem de pires na mão pedindo socorro ao Estado, quando não corrompendo os agentes públicos. O tão propalado Estado de Direito é o Estado de direito capitalista.
Por fim, sabe-se que Obama caiu de luva para os grandes empresários e banqueiros norte-americanos e mundiais. Como aceitaram a lei de Seguridade Social de Roosevelt, em 1934, agora aceitarão outro “New Deal” do Presidente negro, comprometido com a classe média e os pobres. A conseqüência será a recessão econômica e mais uma vez os mais pobres pagarão a conta. Haverá outra ideologia maquiando o neoliberalismo.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Uma Casa (Mais do que) Branca

Uma Casa (mais do que) Branca. Ela também é mais do que nunca de negros, brancos, hispânicos, indígenas, homossexuais, heterosexuais... . Nas palavras de Obama o que estava intalado na garganta daqueles que acreditavam na igualdade de oportunidades que a América poderia oferecer, mesmo naqueles momentos em que a discriminação racial era considerada "legal": "Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta."

Sem me alonagar muito, os norte-americanos dão provas de que abraçaram o slogan Change.

O momento exige comemoração mas sabemos que os desafios do futuro presidente serão muitos. Guerra do Iraque e a crise econômica são apenas parte dos desafios que Barack Obama terá de lidar daqui alguns meses.

Mas como disse Lula em uma mensagem enviada por fax à Obama , "Vossa Excelência soube transmitir visão de futuro, capacidade de liderança e a certeza de que a esperança é mais forte do que o medo."

Ps: Frase meio manjada por essas bandas. O discurso bem parecido com aquele da "esperança que vence o medo " de alguns anos atrás quando Lula se elegeu pela primeira vez.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Manifesto Livre


Esse post é para divulgar o site do Manifesto Livre, que "surgiu frente a necessidade de haver uma ferramenta em português para hospedagem de abaixo-assinados".

Essa iniciativa, da Transparência Capixaba em conjunto com outros patrocinadores, permite que a sociedade civil se una para alterar questões tidas como incorretas e problemáticas no cotidiano brasileiro.

"Na ponta da mão, sua liberdade de expressão".

ps= valeu pela ferramenta, Professor Rafael Simões!

domingo, 2 de novembro de 2008

sábado, 1 de novembro de 2008

Carência de Ídolos

Amanhã (domingo), será decidido o campeonato de Fórmula 1 com o brasileiro Feipe Massa largando na frente. Depois de tantos anos enfim um brasileiro tem reais chances de ser campeão de uma das principais, senão a principal, categoria do automobilismo, desde Ayrton Senna. A expectativa que toma conta é ainda maior pelo fato do útlimo Grande Prêmio do ano ser disputado no Brasil. Impossível para mim não lembrar de Senna nesse momento, o último grande ídolo de qualquer esporte, na minha modesta opinião, desta nação.

É nesse ponto em que percebo uma grande carência de ídolos do esporte no Brasil. Até porque não temos tantos atletas que sejam competitivos internacionalmente. Basta ver nosso reultado pífio nos últimos Jogos Olímpicos. Em Pequim, terminamos na vigésima terceira posição.

O que aconteceu nas últimas Olimpíadas é apenas um reflexo da incopetência do Estado brasileiro em difundir e apoiar o esporte no Brasil. Sabemos que não há políticas públicas voltadas para o esporte. Nossas medalhas são méritos única e exclusivamente dos atletas, caso raro de apoio que obteve um resultado esperado, foi o vôlei que ganhou medalhas em quase todas as categorias disputadas. Além disso, temos de ressaltar que poucos estados do Brasil concentraram todas as medalhas ganhas em Pequim. Fábio Luiz da dupla de vôlei de praia Marcio e Fábio Luiz, por exemplo, conseguiu a façanha de trazer a única medalha do Espírito Santo sendo que ele mal treinava no estado.

Na atual conjuntura, é comum encontramos atletas sendo "paitrocinados". Mas esses tem sorte de terem pais que possam bancá-los. E os que não tem? O futuro dos que não tem é jogado ao acaso. Um futuro de milhões de jovens que não tem um esporte para praticar e auxiliar na sua formação como cidadão consciente.

Mas como todo bom braslieiro, ainda tenho esperanças. Vejo no meu cotidiano muitas crianças querendo seguir os passos, por exemplo, das ginastas brasileiras. A divulgação de outros esportes é importante para que crianças e jovens se sintam motivadas a praticá-los.

Embora seje bastante cético com gente como Carlos Arthur Nuzman, Ricardo Teixeira e toda essa cartolagem suja que está mais interessada em ganhos próprios do que na difusão do nosso esporte por todo o país, acredito na superação de gente como Maurren Maggi e Eduardo Santos (aquele judoca que antes das Olimpíadas havia participado de apenas 1 campeonato internacional, e mal conseguia falar tamanha decepção por perder a medalha de bronze).

Tenho esperanças que pessoas bem intencionadas consigam alcançar cargos que hoje estão ocupados por pessoas desonestas e hipócritas.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Batman, Locke e a questão da identidade.

Escrevo, hoje, sobre duas áreas que me interessam imensamente, o cinema e a filosofia. Utilizando o livro do Cabrera, traço um paralelo entre os ideais empiristas britânicos e os filmes de Batman com relação ao conceito de substancialidade (identidade). Assim, inicialmente (parte I), apresento as principais opiniões sobre essa idéia para depois abordá-las e discuti-las nos filmes (parte II).

Parte I – da filosofia (Locke)

A noção de substancialidade é definida, segundo Cabrera, como a essência de algo, uma noção que distingue o que a coisa é. Nesse sentido, este autor destaca que a substância seria o fundamento último de um objeto e, que, portanto, o separaria de outras coisas, que possuem estruturas diferentes.
Cabrera aponta Locke como o primeiro grande crítico moderno a tratar sobre esse conceito. O filósofo empirista teria ressaltado a dificuldade de se discutir a idéia difusa e abstrata de “substância”, ao afirmar que “tudo o que se pode fazer com uma noção sem sentido empírico é tentar explicar de onde ela pode ter se originado” (CABRERA, 2006, p. 160). O que existiria, então, seriam as idéias sobre a estrutura dos objetos.
A problemática da substancialidade se apresenta ainda mais interessante quando adaptada para seres humanos, pois se percebe que a autoconsciência, que falta nas coisas imateriais, está presente nos homens. Sobre isso, Locke diz que os critérios de identidade pessoal seriam definidos pela consciência que um indivíduo tem de si. “O constante nos seres humanos não é nenhuma ´substância`, mas somente uma operação, a operação de reconhecer a si mesmo na autoconsciência de seus próprios atos” (CABRERA, 2006, p. 161).

Parte II – do cinema (Batman)

O cinema também tratou da questão da identidade pessoal, ainda sobre a lógica da substancialidade em relação aos humanos, ao contar histórias de pessoas que se transformam em vampiros, lobos, moscas etc. Nesse sentido, uma pergunta pode ser feita a partir da ocorrência desses acontecimentos: “essas pessoas que se transformam continuam sendo as mesmas depois de suas transformações?” (CABRERA, p. 162).
Se tentássemos responder essa indagação levando-se em consideração os filmes de Batman, poderíamos chegar à conclusão de que Bruce Wayne e Batman são a mesma pessoa, visto que o Bruce não sofre nenhuma mutação em seu corpo, apenas veste uma roupa e um cinto (que possui tudo que você pensar) para se transformar no “Cavaleiro das Trevas”. Assim, as mutações que Bruce sofre são puramente externas – “não afetam a corporalidade de Wayne, mas somente sua atuação e seu comportamento” (CABRERA, p. 163).
Todavia, essa questão é muito mais complexa, pois o simples fato de Bruce modificar seu comportamento e personalidade, quando transformado em Batman, já seria um indício de que ele é outra pessoa, uma vez que ele se torna irreconhecível para os outros. Ou seja, Bruce deixa de ser um playboy e se comporta “como um herói, que maneja armas ultramodernas, torna-se valente, intrépido, violento e vingativo em seu ódio ao crime na cidade de Gotham. Nesse sentido, poderíamos dizer que ele deixa literalmente de ser Bruce Wayne, relativamente independente da vestimenta que usa” (CABRERA, 2006, p. 163).
Esse critério de reconhecimento por parte dos outros, porém, não é o mesmo proposto por Locke, que defende a autoconsciência como critério definidor da identidade pessoal. Ou seja, para esse filósofo, quando Wayne se transforma em Batman ele tem plena consciência disso e, depois de ter agido como Batman, ele se lembra de ter feito isso. “É a memória autoconsciente que constitui, segundo Locke, a identidade de uma pessoa, o fato de que ela pode reconhecer como seus os atos quer realiza” (CABRERA, p. 164).
Uma última questão, contudo, surge dessa afirmação: o que aconteceria se algumas pessoas encontrassem Batman deitado na rua, após ter sido atingido por um gás alucinante que o fizesse perder a memória e o impedisse de se auto reconhecer? Nesse caso, não poderíamos afirmar com certeza quem essa pessoa é, pois apesar de identificarmos suas vestimentas e seu corpo, esse Batman poderia ser simplesmente um doido vestido de Batman que caiu na rua.
Esse argumento do “louco-no-disfarce” poderia ser utilizado até por Bruce Wayne, caso sua identidade fosse revelada durante sua inconsciência, que poderia preservá-la dizendo que ele gosta de se disfarçar de Batman de vez em quando, mas não é realmente Batman. Sendo assim, Locke parece estar certo quando diz que o verdadeiro critério da identidade é algo que não pode ser socialmente reconhecido, mas apenas conhecido íntima e pessoalmente (a autoconsciência) – e é isso que permite que Bruce mantenha sua identidade dupla.
O cinema, por fim, parece não questionar a filosofia no que diz respeito à identidade pessoal. O filme mais recente de Batman, por exemplo, apresenta várias pessoas que tentam imitar Batman (de certa forma, elas possuem parte da “substância”, das características, de Batman – herói, valente, justiceiro, inteligente, enigmático etc), mas não são ele, de fato, pois a possibilidade de dizer eu sou, segundo Cabrera, não depende somente da posse de um grupo de características inconscientes de si mesmas, mas de um critério mais “psicológico”, de um certo processo mental.

Referências
CABRERA, Julio. O Cinema Pensa: uma introdução à fiilosofia através dos filmes. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.

domingo, 26 de outubro de 2008

Um intervalo reflexivo aos domingos

“Hoje em dia, ouvimos e lemos muito sobre a triste situação dos sem-teto de nossas cidades, sobre suas dificuldade e seu sofrimento. Mas talvez esse sofrimento, por mais deplorável que seja, constitua apenas, em última instância, o sinal de um sofrimento muito mais profundo – do fato de que o homem moderno já não tem um lar adequado, de que ele é, cada vez mais, um estranho em seu próprio mundo. Mesmo que construíssemos um número suficiente de novas habitações para abrigar todas as pessoas sem teto, o verdadeiro sofrimento talvez fosse ainda maior. A essência do desabrigo é o desabrigo da própria essência; reside no fato de que, em nosso mundo desarticulado pela busca frenética de prazeres vazios, não há lar, não há morada apropriada para a dimensão realmente essencial do homem”.

(Jacqueline Rose. Where does the misery come from?, In: RICHARDS, Feldstein, Feminism and Psychoanalysis. Ithaca, Nova York: COrnell University Press, 1989. pg 25-29)

ps= coitada da ABNT, mas estou sem saco.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

E Dá-lhe Marx

Em tempos de crise do capitalismo a família Marx deve estar faturando muito.

Parece que o maior crítico do capitalismo está em alta ao contrário das bolsas de valores espalhadas pelo mundo. Sua obra nesse momento ganha mais vigor e é lida por mais gente.

Segundo a imprensa alemã, a obra de Karl Marx, O Capital, teve um aumento de 300% nas vendas nos últimos meses nas livrarias da Alemanha.

A editora alemã Karl Dietz vendeu em um mês o que costumava vender em um ano, cerca de 200 livros. No ano já foram vendidos 1,5 mil.

Segue AQUI a reportagem.

Obama, McCain e Brasil

Continuando a divulgação de posts interessantes, dessa vez o que me chamou a atenção foi a discussão proposta pelo Pedro Doria a respeito dos dois candidatos a presidente dos Estados Unidos.

Quem é melhor para o Brasil? Obama? McCain?

Eis aqui uma parte:

Ambos os presidentes terão uma boa relação com Brasil, China e Índia. Isto é política de Estado. São países citados imediatamente em qualquer análise a respeito do estado geral do planeta. O Brasil é importante. Globalmente, regionalmente. E, desta lista de três, o Brasil é o mais fácil para os EUA. Está no mesmo hemisfério e jamais houve grandes tensões na relação. A rodada de Doha na OMC mostrou o poder diplomático do país, as tecnologias energéticas são vistas com um quê de inveja, e a produção de alimentos é acachapante.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O caráter psicológico da crise


Não sou nenhum psicólogo, mas acredito poder fazer essa análise:

Muito se tem falado com relação a atual crise. Porém, alguns pontos podem agravá-las, como o efeito psicológico causado na população.

De efeito psicológico já basta o capital especulativo!

Mas o que a mídia evidencia não deixa de causar temor na população.
Assim, em um país, como o Brasil, que tende a sofrer menos com a crise do que os outros países (por diversos motivos que não os cabem discutir aqui), acaba por sofrer um pouco mais do que deveria.
Como sitado anteriormente, o papel fundamental da mídia nesse processo,ou seja, a população ter acesso as informação das decorrências da crise, pode-se esperar uma possível retração do mercado, já que as pessoas são tomadas por um certo medo.
Porém, o fazem sem analisar muito bem a situação financeira e econômica do país, dando foco somente para a questão internacional.
Para tanto, o apoio ao mercado interno é uma garantia de continuidade de crescimento, mesmo com o cenário de crise internacional.
Mas não nos devamos iludir com uma possível redução do efeito da crise. Deve-se consumir com parcimônia e evitar usar do crédito e dos parcelamentos a perder de vista "a la casas Bahia"

Idéias Loucas


Alguma vez você já "viajou" na aula, pensando no que poderia estar fazendo naquele momento?

Aposto que em nenhuma das vezes você tenha pensado nisso!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Imagem da Semana


"Será que se eu fizer uma careta eles votam em mim?.jpg"


ps= foto tirada do "O Globo"

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

"Entupiu o Sistema Circulatório do Capitalismo"

Sempre que posso deixo links de textos interessantes que encontro por aí na net de grande contribuição para aqueles que querem entender mais sobre determinado assunto.

Desta vez, coloco aqui o link de uma entrevista da respeitada economista Maria da Conceição Tavares falando sobre a crise financeira.

Segundo ela, "A questão central é que o crédito está congelado: entupiu o sistema circulatório do capitalismo. Sem crédito uma economia capitalista não funciona. Agora é torcer para que o entupimento não se transforme em trombose”.

Para mais clique no link: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15281

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Xenofobia e Futebol

Olá,

As recentes manifestações de ódio dos torcedores venezuelanos de futebol para com os brasileiros me inspiraram a tratar, pela primeira vez nesse blog, sobre esse esporte. Essas demonstrações não se restringem à América Latina e podem ser vistas até mesmo em ligas, nas quais o policiamento e a segurança são mais eficazes, como a UEFA – recentemente, fãs do Atlético de Madrid hostilizaram torcedores do Liverpool.

O elemento xenofóbico, que não é novo, parece estar retomando suas forças em Estados constituídos por uma maioria de imigrantes. Para não ficarmos limitados somente aos casos futebolísticos, tomemos como simples exemplo o rigor da nova regulamentação sobre estrangeiros na Europa e nos Eua. Nesse sentido, o que se percebe é que, segundo Hobsbawm (no livro “Globalização, Democracia e Terrorismo”), a aceleração do desenvolvimento do processo de globalização e da mobilidade dos seres humanos, nas últimas décadas, reforçou a longa tradição popular de hostilidade econômica à imigração em massa e de resistência ao que se vê como ameaças à identidade cultural coletiva.

E o futebol internacional representa, de fato, a dialética das relações entre a globalização, a identidade nacional e a xenofobia. Como afirmou Brochand, em seu livro “Géopolitique du Football” (p. 78), “dessa dicotomia entre, por um lado, o ´nacional`, último refúgio das paixões do mundo antigo, e, por outro, o ´transnacional`, trampolim do ultraliberalismo do mundo novo, resulta, para os amantes do futebol, assim como para os meios que gravitam em torno desse esporte, uma verdadeira esquizofrenia, extremamente complexa que ilustra perfeitamente o mundo ambivalente no qual todos nós vivemos”. Esse mundo ambivalente situa-se entre o local (os clubes) e o nacional (com as seleções nacionais, formadas pelos jogadores dos clubes) e, embora antigamente tenham sido complementares, atualmente percebe-se uma mútua incompatibilidade entre esses campos, com o perdão do trocadilho.

Voltando à questão da xenofobia[1], vê-se que o comportamento dos torcedores é ambíguo e permanece dividido entre o “orgulho que sentem pelo superclubes e pelas seleções nacionais e a crescente importância que competidores provenientes de povos há tempo considerados inferiores alcançaram nos seus cenários nacionais” (HOBSBAWM). Essas demonstrações racistas sobre as quais me referi no início desse post são justamente expressões dessas tensões. Embora o caso na Venezuela não represente exatamente a questão da “aversão ao diferente”, nos estádios europeus esse elemento é muito mais presente. Na Alemanha, por exemplo, o primeiro negro a defender a camisa alemã, Gerald Asamoah, diz que já passou por experiências muito humilhantes dentro de campo, quando torcedores jogaram bananas e cuspiram no jogador, embora reconheça não ser mais mal recebido nos jogos.

O racismo e a xenofobia talvez estejam diminuindo dentro dos estádios, mas isso não significa que os torcedores passaram a compreender as diferenças étnicas ou raciais dos jogadores, representa somente que a vigilância está mais eficaz. Asamoah, novamente, diz que ele e outros jogadores negros e estrangeiros continuam enfrentando problemas no dia-a-dia (segundo o DW, Asamoah já foi discriminado numa cafeteira, e o brasileiro Dedê, impedido de entrar numa discoteca). Uma coisa, porém, é certa: quando um jogador “diferente” faz um gol, até mesmo os torcedores racistas e xenofóbicos comemoram.


[1] Mais sobre a lógica das empresas de negócios futebolísticos e seus impactos sobre a identidade nacional e sobre o enfraquecimento de Copas e Ligas que não estão no circuito das superligas internacionais pode ser encontrado em: “As nações e o nacionalismo no novo século”, IN: HOBSBAWM. “Globalização, Democracia e Terrorismo”.


segunda-feira, 13 de outubro de 2008

As Eleições Americanas e suas Contradições

Fico pensando na contradição do eleitor americano de classe média baixa e branco cuja crise econômica o afeta de forma muito direta. Não podemos generalizar e dizer que o eleitor branco e pobre é racista, mas esse perfil de eleitor é fácil de se achar em estados como Virgínia e Ohio, por exemplo. E são justamente nesses estados onde há focos de tensão racial mais elevado.

Todavia, McCain mostra não possuir conhecimentos aprofundados sobre economia, e esse assunto específico é o que gera maior interesse por parte da classe média americana. Obama, por sua vez, mostra mais desenvoltura quando trata dos problemas comuns ao americano de renda média. Tudo bem que sua promessa de cortar impostos para a maioria da população trata-se apenas de uma jogada eleitoreira. Será que sua inexperiênica no cenário da política, proporcionalmente, é maior que o desconhecimento de McCain em matéria de economia? Creio que a experiência de Biden e a inexperiênica política de Palin deixam uma balança mais equilibrada, só que em relação à economia, Palin não ajuda muito na campanha de seu partido.

A própria tradição republicana de adotar medidas pró-livre comércio em um cenário de crise não ajuda muito a campanha do partido republicano. Enquanto que os democratas são mais protecionistas.

O tempo para McCain está se esgotando, as eleições estão marcadas para 4 de novembro sendo que haverá apenas mais um debate, e Obama lidera as pesquisas com 7 pontos de vantagem. Lembrando que no sistema eleitoral americano, um candidato para chegar à Casa Branca precisa de 270 votos no Colégio Eleitoral dos 538 votos estão divididos entre 50 estados mais o distrito de Columbia.

Outro fato interessante dessa eleição são os gastos exorbitantes de seus canddatos. McCain arrecadou 230 milhões de dólares e gastou 194 milhões. Obama recebeu 454 milhões de dólares e gastou 337 milhões. Essa disputa é considerada a mais cara da história dos Estados Unidos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Brasil e a Crise

Que o Brasil sofrerá com a crise financeira mundial não há dúvidas. Tanto que o governo publicou uma Medida Provisória (MP) nesta terça-feira, cujo objetivo é ampliar a atuação do Banco Central e socorrer instituições financeiras que estão sendo afetadas pela crise. Como farão isso? A MP prevê uma injeção de recursos no mercado de créditos. Sabe-se que o Brasil já injetou 75 bilhões de reais na economia. Inclusive no nosso Estado do Espírito Santo o governador Paulo Hartung já prevê corte de gastos no orçamento de 2009. É provável que o setor de infra-estrutura seja o único à sofrer cortes.

Porém fico imaginando uma crise de determinadas proporções como essa aparenta ser há uns dez anos. O Brasil durante o governo de Fernando Henrique Cardoso limitava-se a comercializar com Estadors Unidos e Europa, e atualmente temos de reconhecer o mérito do governo Lula em diversificar os parceiros comerciais do Brasil não olhando apenas para o norte. Ainda assim, há uma concentração no comércio com Estados Unidos, Argentina, UE e China. Esses países representam cerca de 57% da pauta de exportação brasileira, sendo Estados Unidos o maior parceiro comercial do Brasil seguido pela China que recentemente ultrapassou a Argentina.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

sábado, 4 de outubro de 2008

Afinal, somos todos liberais?

Proponho uma reflexão teórica nesse post em referência ao recente pacote aprovado pela câmara dos Estados Unidos.

O quero discutir é essa idéia da não intervenção do Estado na economia, de que ela por si só consegue se auto-regular e sua relação com o liberalismo político. Enfim, o que as nossas liberdades individuais tem a ver com o "Estado Mínimo"? Será que o liberalismo político e liberalismo econômico são autônomos? São diferentes um do outro?

Para alguns pensadores, a liberdade de mercado é apenas mais uma das liberdades propostas por um liberalismo unificado, sem distinções. Entretanto, é necessério evidenciar que o problema abordado pela ótica econômica é diferente da abordagem da ótica política. Enquanto que o liberalismo político discute a relação Indivíduo/Estado, o liberalismo econômico analisa a relação Mercado/Estado.

Ambos tem em comum a visão do Estado não-intervencionista, ou seja, sua interferência na vida pessoal, econômica deve ser a menor possível.

Pertencemos a uma sociedade que exalta os nossos direitos e liberdades aos quatro cantos. Ao defendermos a democracia e nossas liberdades individuais tornamo-nos convenientes aos fundamentos do livre-mercado? Acredito que não. Nenhuma ideologia política prima pela perfeição. É necessário admitirmos. Todas possuem suas limitações na tentativa de explicar determinada realidade. A tradição do pensamento liberal não foge à regra. Na prática o liberalismo não se apresenta como alternativa de combate às injustiças sociais e agora prova de uma vez que o mercado não consegue se auto-regular sem interferência estatal.

Cá entre nós, o que será que pensam os discípulos do Consenso de Washington a respeito da crise americana e a tentativa do governo de contorná-la?

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A Campanha do pânico financeiro e suas fraquezas

A quantidade de notícias sobre a “atual” crise financeira norte-americana nos leva a refletir sobre uma possível campanha de desinformação, baseada no medo do consumidor de que seu poder de compra e capacidade de contrair crédito diminua ou até mesmo se extinga, levando-se em consideração a falência de bancos.

Essa campanha iniciada por Bush (que no dia seguinte ao encontro na ONU fez um discurso que tratou somente da crise e defendeu o pacote de ajuda bilionário como forma de salvar o país de uma “recessão longa e dolorosa”) tem repercutido na mídia internacional com o uso de manchetes apocalípticas (“The World As We Know It Is Going Down”, no Der Spiegel, só para exemplificar) que, no mínimo, influenciam o leitor a concordar com a visão do presidente norte-americano. Seguindo a mesma linha de raciocínio, Henry Paulson – secretário do Tesouro – chegou a se ajoelhar diante da presidente da Câmara para que a mesma não inviabilizasse o acordo prospoto, segundo a última Veja de setembro.

O maior defeito dessa campanha, porém, reside no fato de que a ajuda aos bancos deve partir do consenso popular e a popularidade de Bush é ridiculamente baixa, desde o início desse ano (beirando os 30%). Nesse sentido, sua capacidade de coagir os ianques a aceitar um projeto notadamente estadista é muito baixa. Aliás, aí está o outro problema desse pacote de ajuda: sua característica contrária ao livre-mercado. O que aconteceu com a auto-regulamentação dos mercados? Se alguns bancos agiram de forma errada concedendo empréstimos a quem não deveriam (os pinguços desempregados daquela “simples analogia” que já postei), que essas empresas sofram agora as conseqüências. Afinal, os bancos são apenas uma forma criada pelo mercado para facilitar empréstimos e o fim dessas entidades financeiras significa o surgimento de outras estruturas. Não é a lei da sobrevivência a égide do funcionamento do capitalismo?

A rejeição da proposta do governo, incentivada pelos próprios republicanos, demonstra a fraca liderança de Bush em seus últimos dias como presidente. Essa tentativa de ajudar os bancos parece ter sido um ensaio desesperado de sair do cargo com algum prestígio, como o presidente que salvou a Bolsa americana e solucionou crise financeira (o que esse pacote, aliás, não faria).

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Equador e sua nova Constituição

Ontem foi aprovada a nova Constituição do Equador. Para aqueles que querem saber um pouco mais das novas leis que entrarão em vigor no país sugiro a leitura do post de Mauricio Santoro: http://todososfogos.blogspot.com/2008/09/nova-constituio-do-equador.html

Aqui um aperitivo:

Com vitória estimada em 65% dos votos, o presidente Rafael Correa aprovou a nova Constituição do Equador – um texto surpreendente que é provavelmente o mais avançado da América Latina e reconhece a união civil entre homossexuais, estabelece direitos para imigrantes, declara a educação pública obrigatória até o término do ensino médio, concede benefícios em saúde pública, agricultura familiar, microcrédito e proíbe a instalação de bases militares estrangeiras em seu território, o que significará o fim daquela que os EUA mantém em Manta.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Um novo Crash?

Pânico. Essa é a palavra que marca atualmente os mercados financeiros mundiais e, por conseguinte, todas pessoas que dependem do bom funcionamento dos mesmos - alguns um pouco mais, embora todos nós soframos de alguma maneira com a insustentabilidade do sistema capitalista.

A crise, que não é atual (veja a cronologia aqui), parece ter alcançado o ápice (do declínio) hoje, quando o Congresso norte-americano não aprovou o projeto orçado em US$ 700 bilhões para salvar os bancos dos Estados Unidos. Nesse sentido, após cerca de uma semana de angústia esperando o resultado do congresso, as bolsas americanas despencaram e atingiram níveis históricos. O índice Nasdaq Composite caiu 9,14%, acumulando no ano forte baixa de 25,21% enquanto o S&P 500, que engloba as 500 principais empresas dos EUA, encerrou o pregão em forte desvalorização de 8,81% atingindo 1.106 pontos e caindo 24,65% no ano, de acordo com o infomoney. Os efeitos dessa crise foram sentidos também aqui no Brasil, onde a bolsa sofreu o maior recuo desde o dia 14 de janeiro de 1999 e nenhuma das 66 ações listadas no Ibovespa fecharam em alta hoje.

Essa turbulência criou, então, um pânico financeiro global. O problema, que antes era tratado minunciosamente apenas nos EUA, passou a ser abordado pela mídia internacional e percebe-se que o interesse em entender o que está acontecendo com o mercado americano e os possíveis impactos dessa crise está aumentando. Isso, porém, gera outro problema: a perda de confiança do consumidor. Não só a confiança sobre a economia e sua habilidade em melhorá-la, mas a confiança no sistema bancário foi também abalada, segundo o vice-presidente da holding TNS/EUA (Taylor Nelson Sofres), líder mundial no segmento de pesquisas sob encomenda.

Lula, que na semana passada quando perguntado sobre a crise teria dito "pergunte ao Bush", já percebeu as incertezas e possíveis impactos dessa crise sobre a economia brasileira e reiterou sua posição de consciência com relação aos problemas atuais. Entretanto, voltou a mostrar uma certa ingenuidade na questão do câmbio, ao dizer que "um dia, o dólar vai parar". (Após atingir R$1,96, hoje, a cotação do dólar se igualou ao valor presenciado em 5 setembro de 2007.)

Esperamos que o dólar "pare" e que essa crise tenha uma solução. Porém, o cenário futuro se mostra muito incerto e, enquanto os pessimistas (ou declinistas) apontam até mesmo para o fim do capitalismo (estará Wallerstein perto de ver sua profecia?), os otimistas continuam confiando no mercado e na sua capacidade de se regular e de renovar-se, superando suas fraquezas.


ps= alguém aí quer comprar dólar? :P

domingo, 28 de setembro de 2008

Assistam ao Linha de Passe

Com atraso o filme Linha de Passe chega às telas de cinema do Espirito Santo. Aconselho à aqueles que apreciam um longa nacional de qualidade a assistirem. Ontem fui assistí-lo com uma pontada de frustração ao ver uma sala de cinema semi-vazia. Tudo bem que o filme não teve aquele apelo marqueteiro do Tropa de Elite, mas mesmo assim merece ser assistido.

O filme conta a história de uma família composta por quatro irmão e a mãe como chefe de família. A mãe, Cleuza (Sandra Coverloni, ganhadora do Cannes como melhor atriz), é uma empregada doméstica grávida de um quinto filho de pai desconhecido. Reginaldo (Kaique de Jesus Santos), é o caçula da família, filho de um pai diferente e único negro na família tenta encontrar o pai de qulaquer forma. Dinho (José Geraldo Rodrigues) é frentista e crente que busca a salvação na religião. Dênis (João Baldasserini) é motoboy e pai de uma criança. Dario (Vinicius de Oliveira, aquele que contracenou com Fernanda Montenegro no Central do Brasil) é um rapaz de 18 anos que deseja ser jogador de futebol profissional.

Pobreza, violência, trânsito caótico de São Paulo e futebol fazem parte do cotidiano dessa família.

Entretanto, o filme desmitifica a idéia de generalizada vitimização e santificação de pessoas de classes sociais menos favorecidas que não aderiram ao crime e à violência. É assim, por exemplo, com Cleuza. Sua irresponsabilidade de engravidar pela quinta vez, seu ato compulsivo de fumar e de tomar suas "cervejinhas", não passam despercebidos no filme. Ou então Dênis preferindo gastar dinheiro da mãe num motel em vez de ajudar nos gastos do filho. O filme retrata a dificuldade de Dinho em cotinuar seguindo seu caminho de crente, e de Dario de conseguir passar pelas peneiras da base tendo que esconder a própria idade para conseguir uma chance.

Bem legal as cenas do início em que mostram o clima de um jogo de futebol, no caso um clássico Corinthians e São Paulo no Morumbi, com cenas verídicas de um jogo válido pelo Campeonato Brasileiro do ano passado. As cenas mostram Cleuza e uma multidão angustiada torcendo pelo Corinthians que já se encontrava em uma situação difícil no campeonato.

Um filme que me prendeu do começo ao final.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O Lula dessa semana

Devido a semana de provas (bela desculpa, hein?) nosso blog nessa semana ficou entregue as baratas. Como já estamos no final da semana e para compensar o tempo perdido, quero abordar a passagem do presidente Lula em Nova York essa semana.

Seu discurso, contundente, repercutiu de maneira positiva na imprensa americana (diga-se uma reportagem do New York Times e da Wall Street Journal abordando a fala do presidente). Como de praxe, o primeiro a discursar. A afirmação do presidente de que "o ônus da cobiça desenfreada não pode cair impunemente sobre todos", em relação a crise americana, foi encarada, segundo o New York Times como um discurso que refletiu o tom do encontro. Além disso, lamentou a pouca importância dada à crise na fala de Bush no encontro.

Em outra corriqueira prática, Lula reivindicou um assento permanente no Conselho de Segurança, e também defendeu o português como uma das línguas oficiais na ONU.

É bom lembrar que sua popularidade está em alta tanto internamente, com um índice impressionante de 77,7% de aprovação, de acordo com o Instituto Sensus, quanto externamente. Segundo a coluna de Ancelmo Gois do Globo que li no sábado passado, 15 chefes de estado haviam pedido audiência particular com o presidente brasileiro durante a sua ida para Nova York.

Enquanto isso, Rafael Correa aproveitando as supostas besteiras praticadas pela Odebrecht tratou de politizar a questão já que no domingo haverá referendo para uma nova Consituição. Ao que Lula afirmou: "Não tem jeito. O Brasil tem o papel de ser cobrado, porque somos o maior. Você imagina na sua casa, com seus irmãos menores, quando você mora com morava com três, quatro irmão, você poda estar certo, mas eles ficam te cobrando coisas."

Nessa semana vimos um Lula muito mais à vontade nas declarações e no trato com a imprensa, bem diferente de um Lula de uns tempos atrás.

domingo, 21 de setembro de 2008

sábado, 20 de setembro de 2008

A Crise Americana em uma simples analogia

Olá,


Vou postar aqui, com algumas modificações, um texto muito legal que a Carla me enviou. Explica a crise americana (ou mundial?) em termos "simples".

Permitam-me oferecer um similar nacional à crise americana. É assim: o seu João tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça 'na caderneta' aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Por vender a crédito, ele aumenta um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito) e o gerente do banco do seu João, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o "fiado" dos pinguços como garantia.

Uns seis Zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS, PQP ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.Esses adicionais instrumentos financeiros alavancam o mercado de capitais e conduzem a que se façam operações estruturadas de derivativos na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (mas que são as tais cadernetas do seu João).


Esses derivativos vão sendo negociados como se fossem títulos sérios com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países, até que alguém descobre que os bebuns da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas e o Bar do seu João vai à falência.

E toda a cadeia'sifu'.

Comportamento político e representações


A mais recente pesquisa do instituto Datafolha aponta a mais alta aceitação do presidente Lula desde que assumiu, o índice está na casa de 64%.
Isso causou uma reviravolta nos discursos da oposição, temerosos uma possível perda de parte do elitorado, a oposição mudou totalmente o discurso, chegando ao cúmulo de: "Com o Lula, tudo bem. O problema é o PT".
Em uma visão futura, o plano de não atacar o presidente, no entanto, enfraquece o discurso da oposição, interessada em retomar o poder nas eleições de 2010.
E leva também ao cerne de outra questão, a identificação partidária, a muito perdida no Brasil. Isso pode se dever ao fato de grande parte do eleitorado ser de classes mais pobres e por isso possuem menos escolaridade e informação.
A ideologia partidária perdeu o foco, canditados não se identificam com a filosofia do partido mas os vêem como uma plataforma de lançamento político.
Sem contar o fato de as classes mais pobres venderem seus votos a troco de alguma coisa. O que reforça o que foi abordado acima.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ainda sobre a Bolívia

Aproveitando o assunto Bolívia levantado diariamente nos canais de notícias, e para aqueles que querem aprofundar um pouco mais nesse assunto, dou aqui uma dica interessante de uma "entrevista-aula" dada pelo professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Antonio Carlos Peixoto ao jornalista Mauro Malin aqui: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=503JDB008

domingo, 14 de setembro de 2008

Sem comparações, por favor!

O 11 de setembro ficou marcado não somente como o dia dos ataques às torres gêmeas nos Estados Unidos, como também o dia do golpe militar que derrubou Salvador Allende da presidência do Chile, e o início de uma das ditaduras mais sangrentas do continente americano.

A proximidade do período do ano e a instabilidade política nos deixam tentados a fazer comparações com a situação da Bolívia de hoje. Assim como Allende, Evo Morales chegou ao poder com propostas que afrontaram aos mais conservadores. O texto da nova Constituição prevê maior poder para os movimentos sociais e maior autonomia para as populações indígenas. Allende por sua vez fez reforma agrária desaprorpiando terras improdutivas e entregando-as aos camponeses e aumentou a intervenção aos bancos, para citar apenas algumas de suas ações.

Entretanto, temos de levar em consideração a conjuntura internacional da época do golpe chileno e da crise vivida pela Bolívia. A ascensão de Allende ao poder ( em 1970) com propostas socialistas afrontavam diretamente aos Estados Unidos e sua estratégia de manter a ordem capitalista em seu quintal diante do expansionimo da URSS ( que já afetara Cuba logo após a revolução de 59). O que se viu foi um apoio americano ao golpe que derrubou Allende.

Hoje, creio que não seja interessante para os Estados Unidos que haja conflitos na região, apesar da estupidez boliviana de expulsar o embaixador americano, e da reciprocidade americana. Radicalizar a retórica chavista do imperialismo do norte, sem contar a vinda da frota russa com finalidades de exercício militar na região do Caribe, acredito que não faça parte dos planos de Washington.

Um Intervalo Reflexivo aos domingos


Qualquer semelhança com a realidade conhecida (não) é mera coincidência...

sábado, 13 de setembro de 2008

Imigração em Cheque





Ser ou não ser !? Eis a Questão.


Com as recentes descobertas de grandes reservas de petróleo em território brasileiro, tornando o Brasil um dos principais países com reservas de petróleo do mundo, as discussões a respeito do futuro da nação tem se acirrado, assim levada a um ponto interessante.

Em novembro de 2007 o presidente brasileiro Luís Ignácio Lula da Silva declarou o interesse do Brasil em torna-se membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Fato que voltou a ser cogitado com a presença do secretário-geral da Organização, o líbio Abdalla Salem el-Badri no Brasil acerca de um mês atrás, levando-nos a questionar se realmente é positiva essa "aliança" considerada pelo governo brasileiro.

Para começar, a organização conta hoje com 13 países membros, sendo que três não gozam de boas relações com os Estados Unidos, maior consumidor de petróleo do mundo e principal estado investidor na economia brasileira; Além de Iraque e Irã, a vizinha do Brasil, Venezuela, terceira maior exportadora para o mercado norte-americano e quinta maior produtora mundial, não é vista com bons olhos pelo governo de George W. Bush.

Vale ressaltar também que os países membros da organização gozam de uma instabilidade econômica constante, principalmente por ter o petróleo, comoditie com preço volátil, como principal produto de suas economias. Além disso, o cartel constituído pelos países membros é visto de forma negativa pelas demais nações do globo, o que influencia diretamente na imagem dos estados signatários do acordo que deu origem a organização perante os outros estados, imagem essa considerada negativa.

O Brasil possui um histórico diplomático de destaque, baseado principalmente em sua neutralidade, fato esse que pode se perder caso o país adentre a OPEP, pois neutralidade no sistema internacional não é uma característica presente nos países membros, e creio que esse “pré-requisito” seria cobrado ao Brasil.

Ao analisar a possível hipótese do Brasil torna-se membro, creio que os "contras" hoje possuem um peso maior em relação aos "prós", fato esse que não parece ser considerado pelo Itamaraty.
E vocês, caros leitores, o que pensam sobre essa hipótese?

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Guerra Civil????

Há muito tempo que a situação na Bolívia não anda nada boa e nessa semana parece que as coisas realmente podem esquentar pra valer.

A confusão teve inicio quando o presidente Evo Morales propôs uma reforma constitucional para “democratizar” o país, em 9 de Dezembro de 2007 a Assembléia Constituinte aprovou os 411 artigos do projeto de reforma, numa votação onde apenas foram vistos os partidários de Morales, nesse ponto o circo começou a se armar, de acordo com o Valor on-line um grupo de conservadores chegou a viajar para os Estados Unidos a fim de pedir ajuda ao país contra as irregularidades cometidas pelo governo boliviano, nesse período o governo enfrentou varias manifestações tanto ao seu favor, como contra.

O governo tem enfrentado oposição principalmente nas cidades mais ricas o que torna tudo mais difícil, em texto para Agência Brasil o professor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, José Flávio Saraiva diz que a divisão dos poderes na Bolívia pode ser considerada histórica.

A situação no país piorou quando a população decidiu manter o governo de Morales e outros governadores.

Ontem manifestantes causaram um incidente que provocou a paralisação do principal gasoduto Bolívia-Brasil, que abastece principalmente a cidade de São Paulo. De acordo com o Ministro da Fazenda da Bolívia, Luis Alberto Arce, Morales está militarizando zonas onde a ocorrência de possíveis atentados sejam maiores, além de pontos petrolíferos e de gás, disse ele a Agência Brasil.

Não bastassem todos esses incidentes o embaixador dos EUA na Bolívia foi “enxotado” do país com a alegação de que ele estaria dando apoio a oposição popular.

P.S.: Não fiz um post de apresentação como os outros então este aqui fica sendo ela, prazer Frederico(Fred).

Tudo pela prevenção! (homenagem ao 11 de setembro)


Olá,

Os colegas me pediram para fazer um post “comemorativo” ao dia de hoje, então decidi analisar a política externa da gestão Bush, a partir dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 (um tema que pretendo abordar, aliás, em minha monografia).

Sabe-se que após esse acontecimento, os EUA envolveram-se em dois conflitos principais - no Afeganistão, em 2001, e no Iraque, em 2003 -, que obtiveram resultados diferentes no âmbito nacional e internacional. Embora num primeiro momento (de espanto, devido aos ataques) a intervenção militar no país de Osama bin Laden tenha conquistado legitimidade política perante a comunidade internacional, o mesmo não foi conseguido na ocupação do Iraque, visto que a falta de evidências do poderio nuclear iraquiano gerou uma dúvida quanto à legalidade dessa investida.

Avaliado, porém, pelo Departamento de Estado norte-americano como uma ameaça à segurança não só estadunidense, mas internacional, o Iraque sofreu a intervenção – sem a aprovação da comunidade internacional e da ONU. Essa ação trouxe consigo, então, uma inovação na política internacional, ao renegar o conceito moderno de soberania (viabilizado por meio do Tratado de Vestfália, em 1648) e consolidar a Doutrina Bush, isto é, “a adoção prioritária da força por parte dos Estados Unidos em detrimento do emprego de mecanismos diplomáticos em face de danos iminentes à segurança nacional”1.

Bush, portanto, leva adiante os valores contidos na sociedade ianque desde sua independência (como as idéia de “farol do Mundo” ou “cidade na colina”2) ao ofertar ao mundo a “visão dicotômica de apoio ou oposição à sua política externa”3 – vide seu famoso discurso: "todas as nações, em todas as regiões, agora têm uma decisão a tomar: ou estão conosco ou estão com os terroristas". O que se percebe, assim, é uma divisão maniqueísta do mundo, defendia à força pelos americanos (os “bonzinhos”) contra os terroristas (os “malvados”).

De forma geral, para não me alongar mais nesse texto (uma análise mais profunda sobre a política externa de Bush não caberia em um “post”), a avaliação do mandato desse chefe de Estado norte-americano é negativa, visto que grande parte de seus objetivos – de promover a democracia e a estabilidade no Oriente Médio, por exemplo – não foram alcançados. Além disso, o que se percebeu, às vezes, ao longo desses 7 anos, foi uma inversão de papéis entre as personagens americanas e terroristas, dado os registros de torturas a prisioneiros militares no Iraque e outras desconsiderações das Convenções de Genebra, como o estabelecimento de um presídio em Guantánamo – sem contar os vários outros centros de detenção em países não revelados pela CIA, que investigam possíveis ameaças à segurança estadunidense.

Por fim, os Estados Unidos parecem preparados para exercer seu poder na caça a terroristas e regimes maléficos, mas não o utilizam para ajudar a estabelecer uma ordem mundial mais estável e pacífica. Ao contrário de aprimorá-las, os Estados Unidos parecem estar degradando as normas e instituições da comunidade internacional.

ps= quem quiser saber de propostas para a política externa americana procure “Fukuyama: Invasion of the isolations” ou o livro do Nye, “O paradoxo do poder americano”. Sobre os princípios da Doutrina Bush, busque a Revista Política Externa, vol 11, nº 3, de janeiro de 2002/2003.

Fontes:

1,3: ARRAES, V. Estados Unidos: o insucesso da política externa bélica do governo Bush. revista de Economia & Relações Internacionais, v. 6, p. 50, 2007

2: PECEQUILO, Cristina Soreanu . A Política Externa dos Estados Unidos: Contiinuidade ou Mudança- Ampliada e Revisada. 2a. ed. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2005

Wallerstein, Immanuel Maurice. Declínio do poder americano : os Estados Unidos em um mundo caótico. Rio de Janeiro : Contraponto, 2004.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

terça-feira, 9 de setembro de 2008

A anarquia hobbesiana

Não sei quanto a vocês mas sinto um clima cada vez mais estranho entre Rússia e Estados Unidos. Vamos tentar analisar e ver o que ocorre. Antes disso vamos olhar o que de recente vem acontecendo.

Primeiro: as divergências quanto a situação de Kosovo. Os Estados Unidos declararam ser favoráveis à independência da região pertecente anteriormente à Sérvia.

Segundo: a invasão russa na Geórgia, aliada dos americanos (é importante frisar que não só a Geórgia conta com um governo pró-americano, mas como também a Ucrânia aspira entrar para a UE e para a OTAN, contando com apoio americano). O fato dos Estados Unidos enviarem navios militares para entregar ajuda humanitária na Geórgia causou desconforto para os russos.

Terceiro: o anúncio da Rússia de que enviará uma frota para o Caribe. Uma resposta, talvez, ao anúncio americano na construção de escudos antimísseis no Leste Europeu.

No entanto, o enraizamento de uma cultura de inimizade dos Estados Unidos em função de longas décadas de rivalidades com a URSS, fez com que os americanos durante as gestões de Clinton e Bush não oferecessem uma real ajuda para consolidar a democracia do país e a inserir no mundo ocidental. O que vemos hoje é uma Rússia pouco democrática, humilhada, se sentindo ameaçada, e disposta demonstrar seu poderío militar.

O que de fato é relevante ressaltar é o revigoramento russo, tanto em temas estratégicos como em termos energéticos.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Disputa nos estados



Olá,

Vai aí um post preguiçoso, mas informativo. Na foto da esquerda, vemos os estados onde cada candidato está ganhando e onde os eleitores ainda se mantém indefinidos (independentes). A disputa, como se pode perceber, é acirrada e, de acordo com o The Economist, "McCain precisa de 55% dos votos independentes e 15% dos votos democratas para vencer a eleição". O republicano, porém, já pode comemorar os efeitos positivos de sua nova chapa, visto que pela primeira vez assumiu a liderança nas pesquisas (Folha) pela disputa à Casa Branca. Embora esses números não signifiquem muita coisa (como explica Idelber), dada a complexidade do sistema eleitoral americano e a história eleitoral desse país (o último último candidato a ser eleito com mais de 50% dos votos foi Bush pai, em 1988, com 53,4%), eles revelam que a aposta de McCain foi acertada - e justificam a colocação dessa foto da direita aqui.
Novamente sobre a foto dos estados, as pesquisas nesses locais ainda indecisos (cerca de 15) são as únicas que realmente importam. Enquanto nos estados costeiros (como Califórnia e Nova Iorque) Obama é o favorito - os democratas sempre são, aliás, favoritos nessas regiões, segundo Rodrigo Cerqueira - nos estados centrais McCain é o principal candidato.

Levando-se em consideração que cada candidato já entra com 40% na disputa presidencial, é mais do que correto afirmar que ambos têm chance e que o próximo presidente americano será eleito com uma margem pequena de vantagem em relação a seu adversário.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Xeque Mate



A eficiência do jogo político dos dois candidatos à presidência americana parece ter atingido o auge nessa semana. Enquanto o senador Obama encerrava seu tour de shows com o espetáculo chamado "Convenção democrata" mostrando estar pronto para o embate final, o senador McCain mexeu sua última peça introduzindo a governadora Sarah Palin como vice-presidente de sua chapa.

De um lado do tabuleiro, então, Obama tratou da pauta democrata (corte de impostos, fim de isenções fiscais para multinacionais e da dependência americana do petróleo, criação de cinco milhões de empregos etc), mas não trouxe novidades nas questões internacionais - retirada das tropas do Iraque e foco na guerra contra a Al-Qaeda. O candidato encerrou seu discurso enfatizando que a América não pode caminhar sozinha e prometeu acabar com a política falida de Washington ("America, we cannot turn back. We cannot walk alone").

Do outro lado, McCain não demonstrou claramente a agenda republicana e falhou em evidenciar suas diferenças com relação ao governo Bush, mas distingüiu sua candidatura da de Obama como a diferença "entre quem faz e quem fala". O lado positivo da convenção republicana foi surpreendentemente (ou não) o discurso de Sarah Palin, a qual utilizou ironias e piadas contra o candidato democrata.

Ao contrário de McCain, que em poucos momentos se sintonizou com a platéia, a governadora do Alaska encantou o público ao se definir como uma "hockey mom" (uma espécie de mãe durona) e brincar: "sabem qual é a diferença entre uma hockey mom e um pitbull? O baton". Da mesma forma, quando falou sobre sua primeira experiência na política - e uma das poucas, como prefeita de uma cidade do Alaska - Sarah a comparou com o currículo de Barack Obama dizendo ser "algo bem parecido com um ativista comunitário, só que com uma diferença: a responsabilidade do cargo".

Percebe-se, então, que o embate principal nas duas convenções parece ter sido entre Sarah Palin e Barack Obama, já que a governadora foi capaz de enfrentar o candidato democrata e ainda passar a imagem aos eleitores de que ela também representa uma chapa pela mudança (algo que McCain não conseguiu fazer).

Assim, a surpresa da nomeação de Palin superou o êxtase do estonteante - mas já costumeiro -show de Obama e reposicionou as peças do tabuleiro. Ao perder, ou menosprezar, a chance de nomear Hillary como rainha, o rei Obama corre perigo agora que a rainha adversária entrou no jogo. Assim como no xadrez, ela é versátil, multifuncional (é uma conservadora radical, jovem, honesta, rebelde, pesca, caça, é mãe de cinco filhos e tem cara de bibliotecária) e pode executar o xeque mate. Enquanto isso, o rei McCain parece fugir da batalha pelos cantos, dando a impressão de ser menos capaz do que sua rainha - ou vice, como queiram...

ps= veja o discurso de Sarah aqui

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Um quintal dividido

Confesso que estou intrigado com o que está acontecendo na Rússia e em seu quintal.

A invasão russa na Geórgia, ocorrida no mês passado levantou diversas dúvidas e explicações desse fato. Levantou-se a hipótese da Rússia tentar derrubar o presidente georgiano Mikhail Saakashvili pró-americano e favorável à entrada da Geórgia na OTAN. Atrelado a isso, uma aproximação da Geórgia com os Estados Unidos fere a história do ordenamento geopolítico da região que sempre cedeu aos domínios russos. Pelo visto uma Rússia se sentindo ameaçada pelo aumaneto da influência ocidental em seu quintal não faz nada bem à região.

Por outro lado, a invasão na Geórgia não seria também uma resposta russa ao apelo americano e de outros importantes países da UE na tentativa de legitimar a independência de Kosovo?
Será que o apoio russo à Ossétia do Sul não poderá provocar uma crise interna na Rússia em relação a focos separatistas como é o caso da Chechênia?

O fato é que algumas ex-repúblicas soviéticas já trataram de tirar os "seus da reta", como pode ser visto nesta página.

Sejam todos bem vindos !

Como comentado nos posts anteriores por meus colegas internacionalistas ( quase lá ), concluo que não preciso mais explicar o objetivo da utilização dessa maravilhosa ferramenta moderna, o blog.
Por ter um interesse maior em áreas das Relações Internacionais ligadas a comércio internacional e conflitos internacionais, estarei tentando levar a você, leitor, informações e fatos relacionados a tais acontecimentos no nosso dia-a-dia.
Começamos a produzir alguns textos essa semana e espero estar compartilhando com todos o mais rápido possível. Abraços e até o próximo post.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Julgamentos sem sentido e noções diversas…



Olá, aproveitando que o Bernardo já "quebrou o gelo" inicial, também vou escrever aqui algumas palavras introdutórias. As minhas principais áreas de interesse estão relacionadas com cultura e política, então será sobre assuntos ligados a esses temas que eu deverei tratar.

Pretendo analisar, portanto, alguns filmes, cujos tópicos centrais envolvem assuntos de RI - focando, principalmente, em guerra e paz, política externa americana, terrorismo, direitos humanos e intervenções humanitárias. Já no que diz respeito a política em si, me interesso mais pelas questões do século XX (e XXI), sobretudo o estudo dos conflitos internacionais.

Por fim, também gostaria de ressaltar a importância do debate, como forma de aprendizado e diversificação de opiniões.

Obrigado.

ps= por favor, opinem sobre essa montagem como possível "cabeçalho" para o blog.

Abertura de Debates

Já que ninguém quer começar, então eu declaro aberto os debates deste blog. Espero que tenhamos várias discussões não afim de chegar a uma consenso, mas simplesmente tentarmos mostrar algumas visões diferentes e divergentes sobre os temas a serem postados.

Como estudantes de relações internacionais, os objetos principais de análises e discussões desse blog obviamente serão temas ligados à área de política internacional, política externa e algumas pinceladas de comércio internacional, mas também não ficaremos presos somente a esses assuntos.

Assuntos como cinema, esportes, música, curiosidades sobre outros povos, enfim, manifestações culturais em geral, e diversão, serão bem vindos dos colaboradores com a finalidade de diversificar este espaço e não nos esgotarmos sempre nos mesmos assuntos.

Para engrandecer nossos debates proponho que nossos incontáveis leitores comentem aqui.

Por fim, espero que todos usem esse espaço como diversão e aprendizado.
E vamos à produção de textos!