sábado, 4 de outubro de 2008

Afinal, somos todos liberais?

Proponho uma reflexão teórica nesse post em referência ao recente pacote aprovado pela câmara dos Estados Unidos.

O quero discutir é essa idéia da não intervenção do Estado na economia, de que ela por si só consegue se auto-regular e sua relação com o liberalismo político. Enfim, o que as nossas liberdades individuais tem a ver com o "Estado Mínimo"? Será que o liberalismo político e liberalismo econômico são autônomos? São diferentes um do outro?

Para alguns pensadores, a liberdade de mercado é apenas mais uma das liberdades propostas por um liberalismo unificado, sem distinções. Entretanto, é necessério evidenciar que o problema abordado pela ótica econômica é diferente da abordagem da ótica política. Enquanto que o liberalismo político discute a relação Indivíduo/Estado, o liberalismo econômico analisa a relação Mercado/Estado.

Ambos tem em comum a visão do Estado não-intervencionista, ou seja, sua interferência na vida pessoal, econômica deve ser a menor possível.

Pertencemos a uma sociedade que exalta os nossos direitos e liberdades aos quatro cantos. Ao defendermos a democracia e nossas liberdades individuais tornamo-nos convenientes aos fundamentos do livre-mercado? Acredito que não. Nenhuma ideologia política prima pela perfeição. É necessário admitirmos. Todas possuem suas limitações na tentativa de explicar determinada realidade. A tradição do pensamento liberal não foge à regra. Na prática o liberalismo não se apresenta como alternativa de combate às injustiças sociais e agora prova de uma vez que o mercado não consegue se auto-regular sem interferência estatal.

Cá entre nós, o que será que pensam os discípulos do Consenso de Washington a respeito da crise americana e a tentativa do governo de contorná-la?

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